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Imbecis e Trotinetes

Haverá decerto muita gente que utiliza as trotinetes com prudência e respeito pelas outras pessoas, mas, pelo que tenho visto, a maioria conduz estas maquinetas de for-ma desabrida sem qualquer preocupação com a segurança de quem anda nos passeios ou a possibilidade de provocarem acidentes entre os automobilistas. Com a própria segurança, parecem também não se importar. As trotinetes eléctricas possibilitam mobilidade a baixo preço sem emitir gases poluentes e, de facto, contribuiriam para facilitar as deslocações de milhões de pessoas. No entanto, se utilizadas de forma irresponsável – como, infelizmente, é o caso – tornam-se numa ameaça aos cidadãos, um perigo público que a ausência de legislação potencia. Há semanas, vi um destes condutores de trotinetes – um tipo com cerca de trinta anos – a demonstrar a sua imbecilidade na Praça da República. Vindo do Museu do Traje, aproveitou a ausência de obstáculos para acelerar até a velocidade máxima, depois ziguezagueou por entre as pessoas que por lá passeavam, passou uma tangente a uma grávida, quase atropelou um idoso mais adiante, para, por fim, curvar para o Passeio das Mordomas sem cuidar se iria encontrar alguém pela frente. Naturalmente, desejei-Ihe um bom tombo e a trotinete completamente destruída, mas os meus poderes sobrenaturais de pouco podem contra a fúria silenciosa destes engenhos. Tão pouco sei o que podem fazer as autoridades contra estes e estas imbecis, uma vez que, aparentemente, não estão a cometer nenhuma ilegalidade. Então, uma vez que o uso das trotinetes parece anular os resquícios de civismo que deveriam existir nas cachimónias da maioria dos utilizadores, antes estimulando os genes da imbecilidade e da psicopatia, receio que a única solução para proteger os cidadãos que gostam de passear nas cidades sem terem de andar armados ou acompanhados de Pitbulls será proibir o uso de trotinetes eléctricas nos passeios e nas praças. Mas como há quem realmente precise da trotinete para trabalhar, e também quem a saiba utilizar de forma prudente e não tenha culpa da imbecilidade alheia, então a melhor solução seria limitar o seu uso às ruas, fazendo companhia aos carros.